O milho brasileiro entra em agosto com um cenário otimista, mas também desafiador. A colheita da segunda safra – a chamada safrinha – avança pelo país, com ritmo acelerado em estados como Mato Grosso, Paraná e Goiás.
De acordo com estimativas de mercado, cerca de 65% da área plantada já foi colhida, com lavouras apresentando boa produtividade em praticamente todas as regiões. As projeções indicam que a produção do grão em 2025 deve variar entre 128 e 132 milhões de toneladas, fazendo desta uma das maiores safras de milho da história do país.
Esse volume coloca o Brasil como um dos protagonistas globais na oferta do cereal e confirma a força do modelo de produção em duas e até três safras. A safrinha, responsável por cerca de 75% do milho brasileiro, deve responder por algo em torno de 105 milhões de toneladas, reforçando o abastecimento interno e as exportações.
Enquanto o cenário doméstico segue robusto, o mercado internacional opera com movimentos de baixa. Nesta sexta-feira (1º), os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) caíram novamente, pressionados pelas condições climáticas favoráveis nos Estados Unidos. Chuvas regulares e temperaturas mais amenas no Meio-Oeste americano trouxeram perspectivas de uma colheita farta para a temporada 2025/26, o que reforça a expectativa de ampla oferta global e derruba as cotações.
No pregão, o contrato para setembro de 2025 recuou 1,14%, fechando a US$ 3,89 ½ por bushel. O vencimento de dezembro caiu 0,72%, para US$ 4,10 ¾. Ao longo da semana, a posição de dezembro acumulou perda de quase 2%, consolidando o viés de baixa.
Apesar do recuo, a demanda internacional continua aquecida. Exportadores dos EUA comunicaram ao Departamento de Agricultura (USDA) a venda de 352 mil toneladas de milho para destinos não revelados, com entrega prevista para a próxima temporada.
Para os analistas, a combinação de uma supersafra brasileira com boas perspectivas para o milho norte-americano cria um quadro de preços mais contidos no curto prazo. Ainda assim, a força do Brasil no mercado mundial segue evidente: com produção crescente, o país deve seguir firme entre os maiores exportadores, garantindo abastecimento global e ajudando a segurar a inflação dos alimentos em diversas partes do mundo.
Fonte: https://pensaragro.com.br/brasil-colhe-safra-recorde-e-pressiona-precos-globais/